O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira, 19 de março de 2025, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, passando de 13,25% para 14,25% ao ano. Este aumento da Selic impacta diretamente a economia e os investimentos. Esta é a terceira alta consecutiva nessa magnitude, colocando a taxa no maior patamar desde outubro de 2016.
A decisão foi unânime entre os membros do Copom e já era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Em comunicado, o Banco Central justificou o aumento da Selic com base na defasagem dos efeitos da política monetária e no cenário de elevada incerteza econômica. A instituição destacou que o impacto completo da atual taxa de juros só será sentido no terceiro trimestre de 2026, ressaltando a necessidade de cautela na condução da política monetária.
O Banco Central também atualizou suas projeções de inflação. A expectativa é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atinja 5,1% em 2025, acima do teto da meta, e 3,9% no acumulado em 12 meses até o final do terceiro trimestre de 2026.
O aumento da taxa Selic tem como objetivo conter a inflação, uma vez que juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas elevadas podem dificultar o crescimento econômico. O Banco Central elevou para 2,1% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, enquanto o mercado financeiro prevê uma expansão de 1,99%.
O Copom sinalizou que, caso o cenário econômico se confirme conforme esperado, poderá haver um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, prevista para maio.
Como investir com o aumento da Selic para 14,25%
Com a taxa Selic em um patamar elevado, alguns investimentos se tornam mais atrativos, principalmente aqueles atrelados aos juros. Confira algumas opções recomendadas:
- Tesouro Direto:
- Tesouro Selic: Ideal para quem busca segurança e liquidez, pois acompanha a taxa Selic e é uma excelente opção para reserva de emergência.
- Tesouro IPCA+: Protege contra a inflação e é interessante para investidores de longo prazo.
- CDBs, LCIs e LCAs:
- Bancos estão oferecendo CDBs com rentabilidade acima de 100% do CDI, tornando-os uma alternativa interessante para quem quer retorno superior à poupança.
- LCIs e LCAs são isentos de imposto de renda, sendo vantajosos para quem busca rendimentos líquidos mais atrativos.
- Fundos de Renda Fixa:
- Fundos DI e fundos de renda fixa atrelados ao CDI tendem a apresentar bons rendimentos com a Selic elevada.
- É importante avaliar as taxas de administração, pois elas podem impactar a rentabilidade.
- Debêntures e Fundos Imobiliários (FIIs):
- Debêntures incentivadas oferecem rendimentos atrelados ao CDI e são isentas de imposto de renda para pessoas físicas.
- FIIs podem sofrer pressão devido ao alto custo do crédito, mas ainda são boas opções para renda passiva.
- Poupança:
- Com a Selic acima de 8,5%, a poupança rende 0,5% ao mês + TR, mas continua sendo menos vantajosa do que CDBs e Tesouro Selic.
Diante do novo cenário de aumento da Selic, investidores devem diversificar sua carteira, buscando ativos que se beneficiem da alta dos juros e protejam contra a inflação. A avaliação do perfil de risco e do horizonte de investimento é fundamental para a escolha das melhores opções.
Para mais informações detalhadas sobre o impacto do aumento da Selic na economia, você pode acessar este artigo do Banco Central ou conferir as análises do Tesouro Nacional.
Se quiser entender mais sobre como o aumento da Selic pode impactar outros setores da economia, confira nosso artigo sobre como a alta dos juros afeta o crédito imobiliário.